“Mais uma vez desperta enfim o sol
Eu já me encontro a caminhar
Por essas trilhas e matas, o branco da areia
e a areia mais branca
De lençóis eu vou chamar”
Mangue Roots – Filhos da Areia
A superficialidade dos lençóis freáticos e o acúmulo de água das chuvas formam um dos cenários mais surreais da Terra. A formação de grandes dunas de areias, que armazenam água doce em lagoas dos mais variados tamanhos e tons de azul, faz dos Lençóis Maranhenses um bioma único no planeta.
Uma das lagoas mais visitadas de Barreirinhas, principal cidade dos Lençóis Maranhenses, chama-se Lagoa Bonita. Com esse nome, não é possível esperar pouca coisa no cenário. Para alcançá-la, buritis abrem caminho na estrada até que a jardineira encontre ajuda de uma balsa para atravessar o Rio Preguiças e chegar ao povoado de Santo Antônio.
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De lá o caminho segue por labirintos em estradas de areia até uma área onde barracas de palha foram construídas aos pés da duna, que chega a medir 80 metros de altura. Para matar a fome, nativos vendem tapiocas, cafés e outros doces nas barraquinhas. Também é possível levar uma saída de praia ou uma bolsa de palha confeccionada por ali mesmo.
Desembarcando do carro, o visitante ainda não consegue imaginar o que virá pela frente, já que a encosta da duna é repleta de vegetação e as lagoas estão escondidas na baixada do outro lado.
Apenas quem tem mobilidade reduzida tem autorização para subir de carro até a duna. Os demais se agarram em cordas e na expectativa da paisagem para vencer a subida em areia fofa.
Quando os olhos encontram no horizonte inúmeras porções de águas azuis sobre o deserto que desenhou o contorno de cada duna, não há palavras que descrevam a sensação. Até os mais céticos devem se impressionar com a paisagem.
Além da Lagoa Bonita, em si, outras dunas refrescam, divertem as crianças, exercitam quem nada e embelezam as fotos. Areias limpas e água quente completam a ideia do que deve ser o paraíso.
Depois do pôr do sol, vagalumes guiam os caminhos de volta para Barreirinhas. Todos os anos a região recebe mais de 110 mil visitantes e, para isso, a cidade conta com mais de 45 agências de turismo.
Vivências em Tapuio
Além dos passeios pelo Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, que possui uma extensão de 115 mil hectares, o Rio Preguiças também esconde paisagens surpreendentes para quem percorre suas águas.
Longe da agitação do Centro, as águas voltam a correr mais tranquilamente no povoado de Tapuio. Nas margens do rio, moradoras lavam as roupas enquanto meninos e meninas dividem o seu tempo empurrando carrinhos de plásticos e pulando na água por infinitas vezes, sem nunca demonstrarem cansaço.
A comunidade fica distante apenas 30 km de Barreirinhas e sobrevive da produção de farinha d´água e dos visitantes que ainda estão descobrindo o local.
Numa caminhada pelo vilarejo, ruas abertas entre as areias revelam o maquinário do centro de produção de farinha. Entre flores, a pequena capela do vilarejo marca a simplicidade do modo de vida de seu povo rico em costumes.
São cerca de 50 casas, algumas de tijolos à vista, outras com grandes varandas e jardins coloridos por flores de diversas espécies.
Quando não há farinha para se produzir, seu José, morador antigo de Tapuio, aproveita para descansar na rede ao lado do cachorro que também repousa as patinhas na sombra.
Para chegar até Tapuio existem duas opções. A mais comum delas é de barco, mas também é possível visitar Tapuio de quadriciclo. O transporte de barco e o aluguel de quadriciclo (ida e volta) custam a partir de R$ 30.
Próximo das crianças que brincam na margem do rio existem dois restaurantes. O cardápio inclui aperitivos, como calabresa e macaxeira, além de pratos preparados com peixe, que custam a partir de R$ 60, e servem duas pessoas.
Como chegar em Barreirinhas?
Para chegar até Barreirinhas, ponto de partida para Tapuio, existem três opções principais saindo da capital São Luís: ônibus, transfer regular e aluguel de carro no aeroporto de Imperatriz. O preço da passagem de ônibus custa cerca de R$ 10 a menos que o transfer, porém, os gastos acabam sendo mais altos ao levar em conta o deslocamento da sua hospedagem/aeroporto na capital até a rodoviária e da rodoviária de Barreirinhas até a sua hospedagem na cidade. Além disso, o coletivo da Viação Cisne Branco passa por diversas cidades e a viagem acaba sendo mais demorada.
O transfer regular tem saída pela manhã, entre 7h e 8h, e a van te busca no local onde você está hospedado em São Luís e te leva até o endereço da sua pousada em Barreirinhas. Também é possível embarcar direto do aeroporto. O percurso até Barreirinhas é de 254 km e a viagem dura cerca de 4 horas.
Onde se hospedar em Barreirinhas?
Barreirinhas conta com uma grande rede hoteleira, pousadas e hostels. A Pousada Central está bem localizada, na principal avenida da cidade, distante apenas dois quarteirões da Beira-Rio.
Os quartos são equipados com ar-condicionado, wi-fi, TV de tela plana, frigobar e móveis novos. Alguns quartos ainda possuem sacada com vista para o Centro da cidade.
Como fazer os passeios nos Lençóis Maranhenses?
Além das opções de pacotes com as agências em si, guias cadastrados Cadastur também organizam passeios. Em Barreirinhas, Josiel Santos, é guia de turismo e, mais do que conhecer o local onde vive, Josiel é um apaixonado pela natureza e pelas pessoas do local onde vive. Durante os passeios, aproximar visitantes dos nativos é a sua missão.
Se não bastasse a eficiência e simpatia, o guia também é fotógrafo e sempre faz belos registros dos Lençóis Maranhenses.
Onde comer em Barreirinhas?
Entre os restaurantes mais disputados estão o Bambu, a Canoa e o Gaúcho. Além da especialidade em peixes e frutos do mar, o cardápio também inclui comida japonesa e pizzas. Os preços variam a partir de R$ 40 para uma pessoa. Já o Gaúcho, no horário de almoço, também trabalha com o esquema de selv-service. Há opção ainda de hamburguerias, lanchonetes e cafés pela cidade.
Para quem quiser curtir uma noite “raiz” e se misturar entre os moradores de Barreirinhas, o sentido é o caminho oposto da Avenida Joaquim Soeiro de Carvalho até o Centro.
No sentido do Rio Preguiças está o Restaurante Terral Bom Bordo. É ali que quem vive na cidade comemora o placar dos jogos de domingo, ouve uma música na “seresta”, toma uma cerveja e come uma porção de peixe.
Como quase tudo se faz de barco, não raramente você irá encontrar um grupo de amigos tentando se equilibrar em canoas, em busca do caminho de casa depois de algumas cervejas a mais.
Qual a melhor época para visitar os Lençóis Maranhenses?
As quatro estações do ano são resumidas apenas em duas nos Lençóis Maranhenses: inverno, conhecido também pelo período de chuvas, e o verão, com dias mais secos. As estações também dividem a alta e a baixa temporada. Confira:
- Entre janeiro e junho: É o período da baixa temporada, também conhecido como inverno, pela alta quantidade de chuvas nos Lençóis Maranhenses. Nestes meses, apesar das lagoas estarem mais cheias, chove praticamente todos os dias e a cor da areia fica mais escura.
- Entre julho e dezembro: É o período considerado como alta temporada de verão nos Lençóis Maranhenses. Quem viaja para lá nesta época encontra as lagoas com águas cristalinas, não será surpreendido por chuvas e também as areias ficam mais brancas. Para quem gosta, este período é o ideal para observar o céu, seja o nascer ou o pôr do sol, e também as estrelas. Há, inclusive, tours noturnos para observação do céu na alta temporada.
*A viagem para os Lençóis Maranhenses teve apoio do guia Josiel e da Pousada Central. Apesar disso, as informações aqui descritas são livres de qualquer contraprestação.
12 Comments
Amei demais o post tão cheio de informações e imagens belíssimas. Sou louco para conhecer esse paraíso. 😊😊😊
Seu vídeo ficou lindíssimoooo! Me deu ainda mais vontade de conhecer esse lugar! Parabeeens!
Ah Maiara, fui lendo e do nada me teletransportei pra lá. Eu já estava com vontade de conhecer, agora então, eu preciso muito planejar minha viagem.
Ah lençois! Está na minha lista a décadas! Preciso muito ir! Ah uns 8 anos a gente ia mas acabamos indo para Jeri pq os lençois estavam secos.
Pensamos, vamos na próxima. Ainda estou esperando hahahaha
Conhecer os Lençóis foi uma das melhores experiências da minha vida! Não conheci essa parte do Tapuio, achei muito interessante, claramente irei visitar quando voltar.
Maiara! Adorei o post! O seu jeitinho de escrever nos teletransporta pro lugar e isso é muito legal. Me fascina quando a viagem tem esse contato com gente e cultura local, é enriquecedor e inesquecível! Teus vídeos estão muito legais, adorei os extras do final, hehe.
Lençóis Maranhenses é o destino nacional mais cobiçado por mim no momento. Estou me programando para ir no próximo ano! Adorei as indicações dos restaurantes Bambu, Canoa e Gaúcho – adoro peixes e frutos do mar. Ansiosa por essa viagem, obrigada pelas dicas!
Tenho muita curiosidade em conhecer Barreirinhas, pois, conheci Lençóis Maranhenses através de Santo Amaro. Na época, peguei uma van e fui junto com os nativos. A viagem foi bem interessante.
Anotei as suas dicas para quando eu voltar a região.
Estive em Barreirinhas em 2011 e o início do seu texto retratou completamente toda minha perplexidade e encantamento com a beleza dos Lençóis Maranhenses. Acho que só quem pisa naquelas dunas sabe a sensação de magnitude e gratidão que a experiência proporciona!
Namoro os Lençóis Maranhenses há um tempo e cada vez fico com mais vontade de conhecer. Adorei saber sobre Tapuio, pois gosto de explorar as cidades vizinhas que são menos famosas. Deu pra sentir a energia do lugar lendo esse artigo.
Que demais!
Beijão
Conhecer a região dos Lençóis Maranhenses sempre foi um sonho para mim, e sempre que leio um post sobre lá fico com mais vontade ainda de conhecer! Barreirinhas apesar de simples parece ser muito agradável! Adorei as informações do seu post. Parabéns!
Muita linda essa experiência tão genuína nos lençóis. Estive lá recentemente e também amei o lugar, mas nunca tinha ouvido falar em Tapuio. Você chegou a conhecer outros lugarejos no Rio Preguiças?