A casa de Aleijadinho

Uma simples casa com paredes de taipa e pedra se destaca entre as ladeiras de Ouro Preto. Assim como em ouros comércios, que vendem artesanatos, diversos modelos de rede estão pendurados nas janelas. Ao lado da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, porém, o que chama a atenção é a placa talhada em madeira dizendo que ali é a casa de Aleijadinho.

A certeza que se tem até hoje é que o sobrado serviu de moradia aos pais do artista, considerado o mestre do barroco. Nem mesmo os vendedores (que incorporam o papel de guia turístico sem cobrar nada) se arriscam em dizer que Aleijadinho teria morado por lá por muito tempo. O que se diz é que ele teria nascido ali.

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Quase 100% da mobília está preservada: são panelas, mesas, cadeiras, móveis, oratórios e vasos. A casa reserva ainda muitos segredos, como uma fonte de água no andar de cima e uma passagem secreta, escondida perto da escada apertadinha.

A vocação da casa agora é o comércio de cachaças, colchas e redes. A loja fica aberta todos os dias

Quem foi Aleijadinho?

Aleijadinho apreendeu com o pai português desenho e arquitetura. Quando ainda era criança já gostava de esculturas e, já na vida adulta, utilizou muita pedra sabão de matéria prima para suas obras.

O apelido veio por conta de uma doença, que até hoje não se sabe ao certo qual foi, que o deixou deformado. Com mais ou menos 40 anos, ele perdeu os movimentos das mãos e dos pés, mas continuou trabalhando com os objetos amarrados nos punhos.

A doença não trouxe apenas consequências físicas, mas também mudou o humor do artista. Num estágio mais avançado da doença, seu rosto também ficou entortado e diz que sua aparência chegava a assustar as pessoas.

No final da vida, ele ainda trabalhava muito e só deixou a oficina quando perdeu a visão, em 1812. Dois anos depois, ele morreu, mas deixou inspirações para outros artistas. A sua principal obra em Ouro Preto é a Igreja de São Francisco de Assis.