A diversidade cultural e a beleza natural do Rio de Janeiro inspiraram muitos compositores a escrever letras de músicas que retratem a atmosfera carioca ao longo de décadas.
Seja do “Do Leme ao Pontal”, no “Endereço dos Bailes”, o Rio inspira a “Valsa de uma cidade” e agrada o “Menino do Rio”, os “Cariocas” e até mesmo aqueles de “Alma Boêmia”. Então, como já cantava a União da Ilha, no seu samba enredo de 1982, “É hoje”, é agora, a hora de viajar pela trilha sonora no Rio de Janeiro!
Aquele Abraço (Gilberto Gil)
A música foi composta em 1969, e lançada no mesmo ano no disco que leva o nome de Gil. Segundo Nelson Motta, os versos de “Aquele abraço” foram escritos logo após que Gil deixou a prisão em Realengo, na Zona Oeste do Rio, em plena Quarta-Feira de Cinzas daquele ano, quando a cidade ainda estava enfeitada para o carnaval.
Depois do sucesso da música, o próprio cantor explicou o uso da expressão “aquele abraço”: “Era assim que os soldados me saudavam no quartel, com a expressão usada no programa do Lilico, humorista em voga na época, que tinha esse bordão. Ele até ficou aborrecido com a música, achou que deveria ter direito à canção. Mas eu aprendi a saudação com os soldados. Eu não tinha televisão na prisão, evidentemente, mas eles assistiam ao programa. Eu só vi depois, quando saí”, explicou.
Carta ao Tom 74 (Vinicius de Moraes)
Tom Jobim tinha manias de escrever cartas para os amigos Vinicius de Moraes e Chico Buarque. E essa mania acabou virando tema da canção “Carta ao Tom 74” que foi musicada por Toquinho.
Vinicius fala em tom saudoso do endereço da casa em que Tom morou durante um tempo em Ipanema, a Rua Nascimento Silva, 107. Aquele endereço foi cenário de diversas composições dos amigos, como as canções da peça “Orfeu da Conceição”.
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Com saudades de Tom, Vinicius disse que escreveu a carta, mas nunca a entregou. Em resposta à canção, Tom Jobim criou “Carta do Tom”, uma paródia em parceria com Toquinho e Chico Buarque, em 1977, que fala das mudanças do bairro de Ipanema, que encobriram a sua vista do Cristo Redentor.
Samba do Avião (Tom Jobim)
A canção foi composta por Tom Jobim em 1963 e relata a experiência de quem chega ao Rio de Janeiro de avião e visualiza as belezas naturais, como “Cristo Redentor, Braços abertos sobre a Guanabara”. Em outro trecho o autor canta “Água brilhando, olha a pista chegando, E vamos nós, Pousar”.
Em 1999, cinco anos após a morte de Tom, o aeroporto internacional do Rio foi batizado com o nome do maestro, em uma justa homenagem.
Do Leme ao Pontal (Tim Maia)
A canção escrita pelo próprio Tim foi lançada em 1986 no disco que levava o nome do cantor. A música se tornou um dos maiores hits da década e da carreira do cantor.
Na letra, Tim Maia retrata as belezas da orla carioca, do Leme até o Pontal.
Garota de Ipanema (Vinícius de Moraes e Tom Jobim)
A segunda mais executada no mundo, ficando atrás apenas de “Yesterday”, dos Beatles, o clássico “Garota de Ipanema” revelou o Rio de Janeiro ao mundo.
Helô Pinheiro é a musa inspiradora da música que já tem mais de 50 anos de história!
Rio 40 graus (Fernanda Abreu)
O “batidão” do funk carioca, se tornou uma espécie de hino moderno da cidade, fazendo referência às altas temperaturas registradas nos termômetros do Rio. Composta por Fausto Fawcett, Carlos Laufer e Fernanda Abreu, a música foi gravada pela cantora no disco “Sla 2 be sample”, de 1992.
Na música, o Rio é chamado de “cidade maravilha, purgatório da beleza e do caos”.
Ela é carioca (Tom Jobim)
Símbolo da Bossa Nova, a canção deu nome a um documentário “Ela é Carioca.” O filme conta o amor de Jobim pelo Rio e a influência que a cidade teve em sua música.
O outro clássico de Tom Jobim ganhou até uma paródia “A Barra é carioca” interpretada pelo grupo vocal Os Cariocas em 1998.
Corcovado (Tom Jobim)
Um dos maiores cartões postais, não só do Rio de Janeiro, mas do Brasil, o Corcovado também serviu de inspiração para mais uma canção de Tom Jobim. A letra sugere uma atmosfera serena, onde se vê pela janela o Corcovado.
A versão em inglês da música foi interpretada por nomes como Johnny Mathis, Tony Bennett, Doris Day, Perry Como e Nancy Wilson, mas se tornou um sucesso na voz de Gene Lees.
Ver o Mar (João Erbetta)
A música foi criada para a série “Coisa mais Linda”, da Netflix. A série é ambientada no final dos anos 50, auge da Bossa Nosa no Rio e o ritmo ganha espaço na trama, quando uma das personagens cria um clube de Bossa Nova na cidade.
A trilha sonora das duas temporadas da série reuniu canções já consagradas, como Garota de Ipanema, mas também conta com algumas músicas originais, todas compostas pelo músico João Erbetta. “Ver o Mar” é interpretada pelo cantor Chico, na cena que marca o início do romance dele com a personagem Maria Casadevall.
Valsa de uma cidade (Caetano Veloso)
A letra da música é considerada uma declaração de amor ao Rio de Janeiro escrita pelo cronista Antonio Maria. O ambiente de crônica, aliás, permanece no começo da letra, com a descrição da cidade: “Vento do mar no meu rosto / e o sol a queimar, queimar / calçada cheia de gente / a passar e a me ver passar”
Uma curiosidade é que os autores da música não eram cariocas e, sim, nordestinos como o interprete mais famoso da canção: Caetano Veloso.
Menino do Rio (Baby do Brasil)
O carioca e surfista José Arthur Machado, conhecido como Petit serviu de inspiração para a música escrita por Caetano Veloso e gravada por Baby do Brasil. A música foi composta no ano de 1977, durante um jantar entre os três (Caetano Veloso, Petit e Baby do Brasil) e Dedé Gadelha.
A canção foi tema de abertura da novela Água Viva, exibida no ano de 1980 na Globo.
Meu Lugar (Arlindo Cruz)
Meu Lugar pode ser considerado um hino, não só de Madureira, bairro onde o cantor nasceu, mas de toda a zona norte carioca. Ao retratar o dia-a-dia do bairro, Arlindo Cruz apresenta um Rio de Janeiro, além dos postais!
Endereço dos bailes (MCs Júnior e Leonardo)
A música foi lançada no álbum gravado em 1995 da dupla de MCs Júnior e Leonardo. Os moradores da Rocinha, na Zona Sul, lançaram a música “Endereço dos bailes”, um dos maiores hits da dupla.
Ao som do “batidão”, os MCs começam exaltando o Rio de Janeiro. Em seguida, Júnior e Leonardo convidam a todos para uma viagem pelos melhores bailes funk da cidade.
Rio (Quarteto do Rio)
O conjunto que cantou as belezas da cidade começou a sua carreira em 1946 e teve grande sucesso nos programas de auditório na época de ouro do rádio. O quarteto é formado por Eloi Vicente, Neil Teixeira, Leandro Freixo e Hernane Castro.
O grupo interpretava todo tipo de música com seus caprichados arranjos a 4 vozes.
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