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A cultura dos mascarados de Pirenópolis

Entre as montanhas e planícies do interior, as cidades com arquitetura colonial se multiplicam pelo Brasil. São casinhas coloridas, com portas e janelas contornadas com azul, amarelo, vermelho e rosa que contrastam com o branco das paredes. Parecidas sim, iguais não.

Em Pirenópolis o colorido dessas construções ganha um retoque da tinta pincelada sobre as estátuas dos mascarados que estão espalhados pela cidade. Também conhecidos como “curucucus”, eles vestem máscaras de ou boi ou onça, roupas coloridas e ganham vida durante as cavalhadas, que acontecem na Festa do Divino.

Montados em cavalos, ou pé, o alvoroço é certeiro quando eles correm pelas ruas de calçamento largo ou pelas vielas estreitas.

Saiba mais:

A tradição das cavalhadas durante a Festa do Divino já dura 198 anos. Inspirada no confronto entre mouros e cristãos, a festa dura 12 dias e, a cada ano, acontece em uma data diferente.

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A Festa do Divino é a data que marca, segundo a tradição cristã, a vinda do Espírito Santo (terceira pessoa da Santíssima Trindade) sobre os apóstolos e Maria. O festejo ainda inclui novenas rezadas em latim, folias e alvoradas, que são procissões que acontecem no final da madrugada (geralmente às 5h).

Já os mascarados são uma particularidade da cultura pirenopolina e não há uma data que marque o início da tradição. De acordo com o que se aprende no Museu da Cavalhada, quem dava vida aos mascarados eram os escravos, que não podiam participar da festa e viam na fantasia uma opção.

Antes, apenas homens podiam participar, mas hoje é comum ver mulheres se fantasiando e, inclusive bois em estatura de crianças. Durante a Festa do Divino, os festejos da cavalhada duram três dias.

No primeiro, acontecem as lutas, no segundo, os mouros são presos e o “padre” faz o batismo dos perdedores. Já no terceiro e último dia, os guerreiros fazem as pazes e se divertem em ver quem consegue a façanha de acertar, montado no cavalo, uma lança em uma argola pendurada a uma certa altura do chão.

O Museu da Cavalhada de Pirenópolis é mantido pela família de Maria Eunice Pereira Pina (já falecida) que já participa da festa há mais de 20 anos. Entre fantasias e fotos, mais que a memória de uma família, está a memória de toda uma cidade.

Em um poema escrito por Maria Eunice, ela já dizia que:

“Ter um museu
Foi um grande sonho meu

O Museu das Cavalhadas
Todas as coisas coloridas
Na sala dependuradas
Com roupas todas bordadas
e também muito floridas

Mouros e cristãos ensaiando
Carlos Magno comandando
Cavaleiros encenando
na arena degradeando

É a morte de um espião
Em lutas emaprelhadas
São os mouros e cristãos
No campo das cavalhadas

Em batizado e perdão
jogos e despedidas
Com um lenço branco na mão
Claro, hora da partida”

O Museu das Cavalhadas fica na Rua Direita, 39. A entrada custa R$ 2 e abre todos os dias.

O que mais fazer em Pirenópolis?

Além do Museu das Cavalhadas, Pirenópolis tem um Centro Histórico preservado, um rio que corta a cidade onde os moradores e turistas aproveitam para tomar banho e várias lojinhas de artesanato.

Ao entorno da cidade, muitas cachoeiras estão escondidas em trilhas e em paisagens. O Parque Nacional dos Pireneus está espalhado por uma área de quase 3 mil hectares, com cachoeiras, poços para banhos e mirante. O Pico da Capelinha é o segundo mais alto do estado, com 1.385 metros de altitude.

Como chegar em Pirenópolis?

Pirenópolis fica 250 km ao leste de Brasília, ou seja, são aproximadamente 2h30 de carro via BR-070. O trajeto completo inclui a BR-414, na entrada de Cocalzinho de Goiás. Outra opção é via BR-060 até a GO-338, em Abadiânia.

De ônibus, a viagem é feita pela Viação Guaianésia. A passagem custa 26,74 e são apenas quatro saídas por dia: 7h30, 9h30, 13h30 e 17h30. (valores e informações atualizados referentes ao mês de outubro de 2017)

Onde comer em Pirenópolis?

O Centro Histórico de Pirenópolis está recheado de lanchonetes, pizzarias e restaurantes. Na Rua do Lazer estão reunidos os melhores (e mais caros também) restaurantes que oferecem desde peixes até massas.

Nas galerias do Centro experimente os sorvetes e sucos feitos com as frutas do Cerrado.

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