Uma cidade tão plural quanto o Rio de Janeiro não possui apenas um ritmo para representá-la. Rio é do samba, é do funk e também Bossa Nova! O ritmo que nasceu pelas ruas de Ipanema e Copacabana, ganhou o mundo e até hoje vive pelas ruas dos bairros da zona sul.
A Bossa Nova foi um movimento musical que recebeu forte influência do jazz norte-americano e do samba carioca. Músicos de classe média se reuniam com o intuito de experimentar e inovar nas composições. As canções são marcadas pelo tom coloquial na voz e por temas do cotidiano.
Dente os músicos que fizeram sucesso no gênero, estão Tom Jobim, Vinícius de Moraes, João Gilberto, Dorival Caymmi e Nara Leão. O legado da Bossa Nova vive até hoje, já que o gênero originou outros ritmos musicais, como a MPB, e serve de referência para diversos artistas.
Saiba mais:
- Conheça as músicas sobre o Rio de Janeiro
- Cacique de Ramos além do carnaval: conheça a história do tradicional bloco do RJ
Conheça alguns locais para visitar no Rio embalados pelas canções do gênero que fez sucesso a partir do final dos anos 1950:
Apartamento de Tom Jobim em Ipanema
“Rua Nascimento Silva 107, você ensinando pra Elizete as canções de canção do amor demais…” os versos da música “Carta ao Tom” fazem referência ao endereço no bairro de Ipanema, onde diversas canções do álbum “Canção do Amor Demais”, de Elizeth Cardoso, foram escritas.
No número 107 da rua repleta de grandes árvores, que amenizam a temperatura próximo ao mar, está um prédio de três andares. Tom Jobim era morador do segundo andar e Elizeth Cardoso morava no terceiro andar. Como os poetas escreveram, naquele endereço “se via da janela um cantinho de céu e o Redentor.”
Tom Jobim morou no imóvel entre 1953 e 1962 e, neste período, seu apartamento foi palco de grandes parcerias musicais com Vinícius, Dolores Duran, Billy Blanco entre outros que renderam clássicos como “Insensatez”, “Desafinado”, “Tereza da Praia”, “Estrada do Sol”, entre tantos sucessos.
BOOKING.COM: RESERVE SUA HOSPEDAGEM AQUI!
A música “Carta ao Tom” é uma parceria com Vinícius de Moraes e Toquinho, com direito a uma versão satírica composta por Chico Buarque de Holanda. Hoje o endereço é tombado pelo Patrimônio Cultural da cidade do Rio de Janeiro, mas não é possível visitar o interior do prédio, já que trata-se de um imóvel residencial.
Rua Vinícius de Moraes
No Cruzamento com a Rua Nascimento Silva está a Rua Vinícius de Moraes, que antes, chamava-se Rua Montenegro. A mudança de nome aconteceu em 1980 para homenagear o artista que circulava pelo bairro.
No número 129 funcionava a Toca do Vinícius, loja de discos e livros, onde aconteciam palestras e apresentações musicais. Infelizmente, o comércio fechou as portas em agosto de 2020.
Ainda no trecho da rua, que liga a Lagoa Rodrigo de Freitas a praia de Ipanema, fica um grafite no muro com representações de diversos cantores e compositores da música nacional e internacional, com destaque para o maestro Antonio Carlos Jobim ao centro. Nomes como Roberto Carlos, Chico Buarque, Tim Maia, Zé Ramalho, Belchior e Rita Lee foram eternizados na obra.
Pela Rua Vinicius de Moraes se refaz o caminho que a eterna “Garota de Ipanema” percorria em direção ao mar, segundo a canção. O ponto que os compositores contemplavam a musa fica na altura no número 49, no antigo Bar Veloso, que hoje foi rebatizado como “Bar Garota de Ipanema”.
Bar Garota de Ipanema
Um encontro rotineiro entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes, no antigo Bar Veloso, foi responsável pela mudança de nome do espaço, que fica distante uma quadra da praia. Tudo isso, porque, entre uma cerveja e outra, os músicos se depararam com a jovem Heloísa Eneida Menezes Paes Pinto, moradora do bairro, “cheia de balanço e a caminho do mar” e resolveram eternizar a cena com a canção que ganhou o mundo.
Depois do sucesso de Garota de Ipanema, o botequim resolveu, justamente, homenagear Helô Pinheiro e os compositores do sucesso que ali foi escrito. O restaurante serve sanduíches, saladas, pratos à base de peixe, carne e porções, além de pizzas e sobremesas.
Bem na frente do Garota de Ipanema fica o Bar Vinícius. O local era um reduto da Bossa Nova e, na sua inauguração, contou cm uma apresentação musical de Carlos Lyra.
Estátua de Tom Jobim no Arpoador
De frente para o mar, em uma das vistas mais icônicas, do Rio de Janeiro, com o Arpoador à esquerda, a praia de Ipanema ao centro e o Morro Dois Irmãos ao fundo, na direita, fica a estátua do Maestro Tom Jobim.
O monumento que homenageia o cantor e compositor foi esculpido em bronze, pela escultora Chistina Motta, e tem tamanhos reais. A estátua foi inaugurada em 8 de dezembro de 2014 – no mesmo dia que o músico morreu.
Apartamento de Nara Leão em Copacabana
Na altura do posto 4 fica o edifício Champs-Elysées, bem na Avenida Atlântica, de frente pro mar. Nara Leão morou no apartamento, ainda na adolescência, com seus pais.
Ali reuniam-se grandes nomes da música, como Roberto Menescal, Carlos Lira, Chico Feitosa, Chico Buarque e Ronaldo Bôscoli.
O local é tido como o “berço da Bossa Nova”, já que desses encontros na casa da cantora e compositora nasceram grandes sucessos.
Beco das Garrafas
Entre os números 21 e 37 da Rua Duvivier, em Copacabana, fica o Beco das Garrafas, que também é considerado um dos berços da Bossa Nova. O espaço abrigava um conjunto de casas noturnas nas décadas de 50 e 60. Foi ali que Vinicius iniciou os primeiros acordes da parceria com Baden Powell.
O lugar recebeu esse nome pelo pianista Sérgio Mendes, já que os moradores do local tinham o hábito de jogar, de seus apartamentos, garrafas nos frequentadores do bar. Por lá já se apresentam Elis Regina, Maria Bethânia, Wilson das Neves, Ronaldo Bôscoli e Wilson Simonal.
O espaço até hoje é um ícone da noite carioca. Dentre os bares que resistem no local estão o Bottle’s Bar e o Little Club.
Ninguém comentou ainda, seja o primeiro!