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Como é viajar durante a pandemia?

Depois de 6 meses de uma rigorosa quarentena em que saí de casa apenas para ir ao médico e ao mercado, resolvi ir viajar! Sei que ainda é cedo para isso, que devemos pensar no risco coletivo mas, com todos os cuidados necessários (e alguns até um pouco exagerados) me permiti matar a saudade daquilo que mais gosto de fazer: arrumar as malas e descobrir um novo lugar.

Antes de continuar, quero deixar claro que a intenção aqui com esse post NÃO É INCENTIVAR NINGUÉM A VIAJAR AGORA! A pandemia tem se comportado de diferentes maneiras em cada região do Brasil e devemos respeitar todas as orientações de seguranças e de saúde.

O meu objetivo aqui é compartilhar como foi a experiência de visitar um novo lugar, dormir num quarto diferente e comer fora de casa neste “novo normal”, apresentando os cuidados que tive (que poderão ser úteis para você, caso esteja pensando em viajar também) e contar as minhas percepções de como as empresas de turismo e os viajantes em si estão se comportando com esta nova realidade. Explicações feitas, vamos lá!

1 – Escolha do destino e transporte

Para uma primeira viagem optei em um destino próximo da cidade onde moro: Ilhabela, no litoral de São Paulo. Acredito que a tendência agora seja lugares em que podemos nos conectar melhor com a natureza, em ambientes abertos e arejados.

Por isso, destinos de praias, cachoeiras e trilhas serão os mais indicados na retomada do turismo. Respeitando, claro, a capacidade daquele lugar escolhido em receber visitantes para que não haja prejuízos e riscos para a saúde de ninguém.

Dentre as opções de transporte, avião e ônibus ainda estão fora de cogitação pra mim. Por isso, fui e voltei de carro e, ao escolher o destino, levei em consideração a distância e o tempo de locomoção.

2 – Hospedagem

Na hora de escolher onde ficar, busquei por pousadas mais bem avaliadas da cidade. Além das pesquisas de preços, localização e disponibilidade, inclui também a busca por informações sobre como tem sido a higienização dos quartos, o esquema do café da manhã e as opções de check-in online.

Uma opção de conferir se a hospedagem está seguindo as recomendações dos órgãos competentes é verificando se ela possui o selo Turismo Responsável, do Ministério do Turismo. O título é um reconhecimento de que o estabelecimento, seja ele uma agência de viagens, ou uma opção de hospedagem, segue boas práticas de higienização

Pelas buscas que fiz antes de viajar, reparei que muitas hospedagens estão oferecendo a opção de café da manhã servido no quarto, ou então, com hora marcada no salão.

Na pousada em que fiquei era preciso agendar o horário da refeição e eu não tinha contato direto com a comida: de longe, indicava o que queria entre as opções disponíveis no buffet e a funcionária eram quem manuseava a comida e preparava a minha bandeja.

Mesmo ciente dos protocolos de limpeza realizados pela pousada, ao chegar no meu quarto, eu também fiz a minha esterilização do ambiente: álcool em gel nas maçanetas, torneiras, prateleiras e demais superfícies que teria maior contato. Eu levei ainda as minhas próprias toalhas, o lençol e a fronha e ainda borrifei álcool sob a cama antes de dormir.

3 – Passeios

Depois de instalada na pousada, era hora de descobrir os encantos de Ilhabela. Com um estoque de máscaras extras na mochila e álcool em gel, fui pedalar pela orla.

Eis ai mais uma vantagem da cidade e também uma tendência no pós pandemia: o relevo de Ilhabela permite que você se desloque com facilidade e há uma ciclovia que liga o Centro Histórico até a Balsa.

Andar de bicicleta é uma atividade que deve permanecer em alta, já que em sua própria natureza, é um exercício praticado ao ar livre e individualmente, evitando assim aglomerações.

Durante os duas que estive em Ilhabela fiz dois passeios com agências diferentes e, em ambas notei o respeito ao controle do número de passageiros no transporte. Tanto no jipe até a Praia de Castelhanos, quanto no passeio de barco, a ocupação ficou bem abaixo dos 50% da capacidade.

Vi álcool em gel disponível na embarcação e no jipe também. Além disso, todos os profissionais do turismo com que tive contato respeitaram a obrigatoriedade do uso da máscara.

Infelizmente, não são todas as empresas e todos os visitantes comprometidos e preocupados com a situação: Na Praia de Castelhanos teve jipe lotado com mais de 6 pessoas e muitas pessoas já desembarcavam sem as máscaras.

No primeiro dia, as praias estavam mais vazias e “ousei” tirar a máscara para entrar na água e dar um mergulho. E aqui vale fazer uma pausa para lembrar deste momento e da saudade que eu estava do mar!

No segundo dia, porém, encontrei praias bem mais lotadas em que SÓ EU ESTAVA DE MÁSCARA! Resultado disso foi a insegurança até para entrar na água…

Na primeira praia onde o barco parou ainda arrisquei curtir um pouquinho o mar, mas, na segunda parada, a areia estava tão cheia de gente, próximas uma das outras, e havia tanta gente também dentro da água que busquei refúgio na sombra de um coqueiro no canto da praia e ali fiquei até a hora da partida.

4 – Restaurantes

Ao longo dos dois dias troquei o almoço por lanches que eu mesma tinha preparado e levado em uma bolsa térmica. Mas, de noite, precisava do meu “arroz-feijão”.

Na primeira noite escolhi um restaurante no Centro Histórico, indicado pela proprietária de uma loja de artesanatos. O salão era grande, limpo, com as mesas espaçadas e todos os funcionários usavam máscaras.

Embora eu tirasse a máscara somente na hora da refeição, me senti incomodada com os outros clientes que já chegavam no restaurante sem as máscaras, ou então, retiravam a proteção enquanto esperavam pela comida e conversavam entre si.

Cheguei até a comentar sobre as minhas observações com a atendente do caixa, mas senti que ela não se importou muito com o que disse.

Na noite seguinte conheci outro restaurante, distante algumas quadras do Centro Histórico. O atendimento e os cuidados eram tão impecáveis que até vale citar aqui o nome do estabelecimento: Manjericão! O espaço, por si só, já é um charme: às margens de um curso d´água, com um grande e iluminado jardim que abriga as mesas enfeitadas com flores e velas.

Além de máscaras e viseiras, pude notar o processo de higienização feito pelos garçons quando uma mesa é desocupada. A equipe esteriliza desde a cadeira até os bicos de vidro dos temperos de cada mesa.

Para completar ainda mais o pacote, o sabor da comida é divino e os preços se ajustam em todos os bolsos.

5 – Moral da História

Você já deve ter cansado de ouvir isso, mas repito: a pandemia ainda não acabou e não é hora de viajar. Acredito, porém, que todos os cuidados, podemos retomar um pouco das nossas vidas e, enquanto a vacina não chega, vamos descobrindo novas maneiras de viajar.

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