As paredes revestidas de azulejos azuis no interior do museu ajudam a contar a história. Cheias de detalhes, em cada tracejado, lá estão registradas passagens importantes, como a fabricação de “assucar”, da maneira que se escrevia na época, e o cotidiano nas fazendas nos séculos XIX e XX no interior de São Paulo.
No Museu Republicano de Itu se aprende mesmo sem querer: um simples olhar para a parede no saguão principal equivale a leitura das apostilas da história do Brasil para se aprender sobre a Proclamação da República, só que mais divertido.
O casarão onde fica o Museu Republicano foi o cenário da Convenção de Itu, que aconteceu em 18 de abril de 1873. Durante a reunião, os políticos e fazendeiros discutiram o futuro do país e isto foi um marco para a criação do Partido Republicano.
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Apesar do casarão fazer parte da história há tempo, somente em 1923 o espaço se tornou um museu. Quem cuida do Museu Republicano é a Universidade de São Paulo (USP) e o prédio é considerado um anexo do Museu da Independência, que fica em São Paulo.
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Subir pelas escadarias de madeira olhando os painéis na parede é uma volta no tempo. No final do corredor do segundo andar é onde fica a sala onde aconteceu a Convenção de Itu. As cadeiras dispostas na sala, com paredes vermelhas revestidas com detalhes na cor branca, um quadro na parede e um grande lustre no meio da sala lembram a imponência do evento.
Grandiosos também eram os jantares servidos para se firmarem negócios e alianças. Parte da prataria utilizada está exposta na sala onde aconteciam esses eventos.
Em algumas exposições temporárias, os resquícios da escravidão também foram retratados em peças que serviam de castigos para os escravos. Outra, mais singela, da fotógrafa Pola Fernandez em 2016, mostrou um grupo de mulheres negras da terceira idade, que hoje vivem na região, fotografadas ao lado de retratos de outras negras, mas do século XIX. Cada uma livremente escolheu uma foto com que se identificasse pela semelhança e o resultado, mesmo sem parentesco algum, impressiona aos olhos de quem vê.
Depois de Itu, a exposição “Atavos” percorreu outras cidades. A programação e o trabalho da fotógrafa são publicados em suas páginas nas redes sociais.
À pedido do diretor do meu, Affonso Tauany, o quintal do casarão ganhou um jardim desenhado pelo jardineiro chefe do Museu do Ipiranga.
Em 1935 levaram quatro estátuas de mármore que representam as quatro estações do ano. Ali, o outono, o inverno, o verão e a primavera ficam cada um em um canto e todos eles “olham” para um chafariz que fica no centro do jardim.
A visitação no Museu Republicano é liberada de terça a domingo, das 10h às 17h e é gratuita. O Museu fica na Rua Barão de Itaim, 67, no Centro.
Um pouco sobre a cidade de Itu
Itu também é conhecida pelo exagero, seja no extravagância do orelhão da praça, ou pelas ‘lembrancinhas” vendidas nas lojas do centro. Tudo é maior que o convencional: seja o rolo de papel higiênico, a xícara, o estilingue, a gravata, o pente, o lápis, o copo e por ai vai…
Além disso a cidade que fica pertinho de São Paulo, (100 km de distância) ainda tem belezas naturais em fazendas que são abertas para a visitação, casarões antigos, formosas igrejas, antiquários e bons espaços gastronômicos.
Como chegar em Itu?
Partindo de São Paulo, o caminho começa pela Rodovia Presidente Castello Branco e a Rodovia dos Bandeirantes são os principais acessos. Quem optar pela Castello Branco, deve seguir até a Rodovia do Açúcar (SP-308) para chegar. Para quem vai pela Bandeirantes, o melhor caminho é seguir até Jundiaí e entrar na rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto (SP-300).
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