A abertura que se revela entre a grande rocha coberta por plantas rasteiras em nada se assemelha ao universo guardado após as escadarias que terminam já no interior da caverna. Do lado de fora, as águas do Rio Araçá correm apressadamente para dentro da Caverna do Diabo, formando uma pequena cachoeira. Lá de dentro, apenas se ouve o barulho do percurso do rio e o caminho do visitante se distancia de onde ela deságua.
O portal revela algumas surpresas que virão nos próximos 700 metros a serem explorados. A caverna é a maior do estado de São Paulo. São mais de 6,5 mil metros já conhecidos e ela chega a ter 75 metros de altura em alguns pontos, mas só uma parte está aberta para visitação.
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O clima é úmido e a caverna parece chorar. A beleza do choro é materializada em estalactites, que são as formações rochosas que se formam a partir do teto por gotejamento e ficam penduradas em cima de nossas cabeças. O resultado da precipitação do bicarbonato de sódio também é capaz de erguer estruturas do chão, que são as estalagmites.
O silêncio lá de dentro faria companhia para a escuridão se não fossem instaladas luzes artificiais em todo o trajeto que o visitante pode percorrer. Para facilitar o acesso, a administração do Núcleo da Caverna instalou escadas e passarelas para o acesso aos salões.
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Asas a imaginação
Os pingos que demoram milhares de anos para se solidificar ganham formas com a imaginação.
Logo nos primeiros metros, caverna à dentro, lá está a escultura de um rinoceronte.
Mais a diante existe também a barra do vestido de noiva (que, para mim, mais se assemelha a um bacalhau). A caverna ainda tem um espaço para quem deseja fazer um pedido. Acredita-se que colocando as mãos sobre uma pia formada por estalagmite o pedido será realizado. Em meio à baixa luz, lá se avista ainda a Torre de Pisa e o cemitério dos índios.
Por que Diabo?
Apesar do nome um tanto quanto assustador, que pode até causar estranheza, a beleza da caverna só encanta os olhos.
O nome atribuído ao diabo veio por conta dos índios que viviam na região e descobriram o espaço.
A lenda diz que os indígenas faziam da caverna o seu abrigo contra o frio e ali também escondiam os seus alimentos que encontravam na mata.
Sem a estrutura da iluminação de hoje não é difícil imaginar que muitos caíram lá de dentro por não conhecerem a geografia do espaço e se machucavam. Outros, ainda faleciam já que os salões estão em diferentes níveis de altura.
Os alimentos às vezes sumiam, ou eram encontrados por animais, ou então eram carregados pelas águas do Rio Araçá. Diante do conhecimento da época, tais fatos só poderiam ser atribuídos ao “coisa-ruim”.
Estrutura
O Núcleo da Caverna do Diabo conta com uma estrutura de restaurante, lojinha de lembranças e até mesmo uma caverna perdida entre as trilhas. No trajeto para a entrada da caverna também estão instalados banheiros e não é permitida a entrada com calçados abertos.
A Cachoeira do Araçá é de acesso médio, o que incluiu algumas subidas íngremes, e conta com três poços tímidos para banho.
A visitação no interior da caverna é monitorada e o valor do ingresso é de R$ 12 sendo que crianças até 12 anos, adultos com mais de 60 anos e pessoas com deficiência não pagam. Os estudantes pagam meia-entrada.
Como chegar na Caverna do Diabo?
O Parque da Caverna do Diabo fica na cidade de Eldorado, ao sul do estado de São Paulo e já próximo do Paraná. Os visitantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte devem buscar a Rodovia Régis Bittencourt até Jacupiranga (que fica no km 446).
O caminho continua pela Rodovia José Edgard Carneiro dos Santos (SP-193) até a cidade de Eldorado. Em seguida, é preciso pegar o acesso para a Rodovia Antonio Honório da Silva (SP-165), em direção à Serra André Lopes.
A distância total a partir da cidade de São Paulo é de 295 km. Os telefones para informações são: (13) 3871-1242 e (13) 3871-0259.
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