Organizando fotos antigas no computador me deparei com uma imagem de 2017 que me chamou a atenção. Não me “acho linda” na foto, o enquadramento não está perfeito, muito menos o lugar onde ela foi tirada me traz recordações especiais que me marcaram.
Catedral de Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, Brasília, por volta das 17h30 de algum dia do mês de agosto. Tinha acabado de chegar na cidade após 8 horas sacolejando em um ônibus que partiu de Pirenópolis.
Aquela viagem ainda incluiu outras emoções, como o fato do ônibus ter quebrado na estrada em um ponto que não havia sinal de telefone para pedir socorro e o medo de ser assaltada no meio do nada.
Além disso, não havia dormido bem na noite anterior por conta de uma festa sem autorização que aconteceu no hostel onde eu estava hospedada.
Ainda assim, mesmo depois de lembrar de todos esses fatos, eu estava impressionada com a beleza daquela foto.
Não era a “golden hour”, queridinha dos fotógrafos, que a fazia especial para os meus olhos. Talvez vocês não percebam, mas a beleza está no contexto todo da foto e o que ela representa para mim.
A mochila pesada amarrada nas costas e a outra menor descansando no chão significam que eu estava vivendo a minha melhor versão: quando estou viajando!
É a Maiara que luta pela sua liberdade, que não se cansa de buscar o novo e detesta rotinas. Aquela menina que se tornou mulher quando aprendeu a carregar suas bagagens sozinhas. Que sabe o que é essencial e despreza o peso extra – e isso vale para roupas, sapatos, objetos, hábitos e pessoas!
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Essa é a Maiara que antes tinha medo do escuro, mas agora acorda de madrugada para ver o sol nascer e não vê problema de terminar uma trilha quando já escureceu de novo.
Essa é a Maiara que saiu de uma bolha de cuidados e aprendeu a escalar montanhas em busca de cachoeiras, que não liga para o luxo de onde vai comer nem com quantas pessoas vai dividir o quarto… só está preocupada em viver novas emoções.
Essa Maiara ouve histórias de pessoas reais com a mesma curiosidade e interesse dos contos de fadas que lhe eram contados quando menina. A Maiara de hoje se orgulha da expertise para montar roteiros, buscar passagens baratas, dos amigos que fez, dos amores que viveu e dos lugares que visitou.
Desde que encontrei a minha felicidade viajando, dei um novo sentido para a minha vida, despida de filtros e julgamentos. Aprendi a preocupar-me apenas com a liberdade que viajar me proporciona e dela não abro mão!
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